Nós, a ABRASEL SP, ACHUESP e PIZZARIAS UNIDAS, entidades que representam o setor da alimentação fora do lar: bares, restaurantes, churrascarias, pizzarias e similares, vimos nos manifestar com relação à realização da Copa do Mundo, por julgamos que estamos num momento muito importante para o Brasil.
Preocupa-nos a imagem que o país projetará no exterior. Toda manifestação contra os erros na realização da Copa deve ser entendida como apropriada dentro do Estado Democrático de Direito, contanto que seja pacífica, assim como as greves em atividades que não são essências a realização do evento, pois ao contrário serão absolutamente inconvenientes neste momento. Se isso ocorrer devem ser enfrentadas não apenas pelo governo, mas por toda a sociedade, devido aos graves problemas que podem criar. A Copa do Mundo é algo de excepcional importância para nosso povo e para centenas de outros. Nós, que a realizamos, precisamos nos conscientizar que receberemos um fluxo de turistas internacionais, muito maior que o normal e que BILHÕES de pessoas pelo planeta estarão nos observando, decidindo se vale a pena e é seguro nos visitar.
Espera-se que a economia brasileira receba mais de R$ 6.5 bilhões durante o evento. Isso é particularmente importante no ano de 2014, em que o déficit turístico do país (diferença entre o que os turistas brasileiros gastam lá fora e o que os turistas internacionais gastam no Brasil) pode atingir US$ 30 bilhões (foram US$ 25,342 bilhões em 2013, contra US$ 6,710 mil gastos por estrangeiros no Brasil). A Copa do Mundo é a única esperança de reduzir esse déficit insuportável. Note-se que o déficit esperado para o ano é muito maior que o gasto na realização do evento. Apenas em abril de 2014 esse déficit superou os R$ 2.34 bi.
Os gastos mais elevados no Brasil serão feitos pelos 365 mil turistas estrangeiros que compraram ingressos para assistir às partidas nos estádios. No total são esperados 600 mil. A projeção é que cada um deles e os familiares ou amigos que os acompanham gaste, em média, R$ 5,5 mil durante sua estadia, essa conta exclui despesas com passagens aéreas. Em média, os estrangeiros devem assistir a quatro jogos.
A reversão dessa tendência deficitária no turismo é fundamental para acabar com nossos bolsões de miséria, elevar salários, gerar empresas e empregos, fazer crescer reservas em divisas, recuperar tudo que investimos na Copa ou pelo menos parte.
Por esse motivo apelamos a todos os setores da sociedade que querem se manifestar, das diversas profissões que pretendem reivindicar melhores remunerações, que o façam sem prejudicar nosso futuro, a construção do país que todos queremos, pacífico, socialmente justo, ético, ambientalmente sustentável, economicamente independente, politicamente soberano e democrático. A realização da Copa e o futebol não pertencem a governos, partidos ou classes sociais, mas ao país. O debate sobre acertos e erros deve ser feito sim, após a Copa.
De nossa parte, nos esforçaremos para receber com competência, carinho, e respeito os turistas internacionais ou domésticos que nos visitarem e para vender lá fora a melhor imagem que se pode ter sobre o país.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE BARES E RESTAURANTES – SECCIONAL SP
Percival Maricato - Presidente
ASSOCIAÇÃO DAS CHURRASCARIAS DO ESTADO DE SÃO PAULO
Baltazar Di’Domenico - Presidente
ASSOCIAÇÃO PIZZARIAS UNIDAS
Carlos Zoppetti – Vice - Presidente